Entrevista com o Engº Ademir Elias – Diretor de Projetos da Sotepa

Entrevista feita por Ivan Berticelli – Diretor Adjunto de Projetos.

1. Engº Ademir, qual sua formação e como foi que o senhor conheceu e veio a trabalhar em nossa empresa?

Conheci em janeiro/1980, quando uma colega de faculdade chamada Cleusa (na época estagiária da SOTEPA) me informou sobre a possibilidade de estágio numa empresa da área rodoviária chamada SOTEPA, que tinha escritório em Capoeiras.

Até então eu jamais havia pensado em trabalhar na área de estrada. Eu havia sido almoxarife de obra da construtora CEISA de 1974 a 1976. E fiz o curso de Edificações na Escola Técnica.

Contatei e compareci na SOTEPA, sendo entrevistado pelo, então, Diretor de Projetos Eng° Bruno. Vim trabalhar sendo contratado como estagiário em 13/01/1980.

O Eng° Bruno tinha uma postura de “pegar” todos os estudantes de engenharia civil para estagiário. E que, diga-se de passagem, é a melhor “peneira” que existe, pois é bom para os 2 lados, a empresa e o estudante.

Foi amor à primeira vista. Na época os cálculos eram feitos através de programas em calculadoras HP 33E, e tive muita facilidade de utilizar e fazer novos programas.

A referida calculadora, se não me engano, era limitada a 49 passos. Com isso, tinha que utilizar ao máximo sua memória interna, evitando colocar na memória “STO” e retirando “RCL”, pois cada comando era um passo.

Era comum fazer uma conta intermediária no programa e teclar RIS para sair um resultado, que era anotado na planilha e, em seguida, era introduzido outro dado e o programa processava utilizando, também, o resultado anterior para efetuar outros cálculos e se apertava novamente RIS e saía outro resultado, e assim por diante. É claro que era possível entrar com todos os dados antes e processar e ao final sair cada resultado de uma vez, teclando RIS sucessivamente. Porém, como já frisado, a limitação de passos na calculadora impedia isso.

Na época o setor técnico era comandado pelo Eng° Artur Kressin (o Dr. Artur). Ele, apesar da idade avançada, gostava muito da área de informática (que estava dando os primeiros passos) e era bastante competente.

O Dr. Artur tinha uma calculadora HP 29C que a quantidade de passos possíveis era bem superior a minha HP 33E.

Uma vez conversando com ele percebi que utilizava os comandos que citei no início “STO” para por na memória e “RCL” para retirar da memória. Comentei com ele como eu fazia, evidentemente por questão de necessidade, e ele ficou surpreso com a minha habilidade. Essas calculadoras científicas e programáveis possuíam várias memórias, se não me engano 10 memórias, desde “STO” 0 até “STO” 9.

2. Descreva sua evolução profissional e quais as principais mudanças que o senhor acompanhou neste longo tempo de serviços prestados à Sotepa.

De janeiro/1980 a junho/1981, atuei como estagiário até dezembro/1980 e na seqüência como engenheiro civil. O estágio foi no escritório da empresa.

Como engenheiro civil atuei na supervisão da rodovia que liga a Lagoa da Conceição à Barra da Lagoa. O Eng° Rubi (o Dr. Rubi), na época Diretor Técnico, era o meu engenheiro supervisor.

Na sequência trabalhei como engenheiro residente no trecho da SC-456, entre a BR 470 e Fraiburgo, passando por Monte Carlo, onde localizava-se o escritório de supervisão e a minha residência. Monte Carlo, hoje município, na época era Distrito de Campos Novos.

Em junho/1981 eu saí da SOTEPA e fui trabalhar na indústria açucareira Usati, na cidade de São João Batista, atuando na construção civil. Comandava uma equipe de manutenção civil na indústria e construí novas edificações como escritório, oficinas, almoxarifado, depósitos de açúcar e unidade de portaria e balança.

A fábrica alterou significativamente seu layout passando o escritório/portaria/balança para onde era os fundos da unidade e vice-versa.

Em outubro/1984 fui deslocado para a unidade produtora e comercializadora de maçã da empresa, chamada Saga, em Fraiburgo/SC. O nome Saga foi mantido de uma fazenda existente de gado bovino, até então a única área da região em que não tinha plantação de maçã.
Atuei na construção de unidades menores com uma oficina para serviços e reparos pequenos e dois apartamentos para os encarregados com sua família. Essas pequenas unidades eram chamadas de “satélites”, pois ficavam ao redor da unidade principal onde estavam localizadas as câmaras frias. Cada unidade “satélite” era responsável por determinada área de plantio de maçã.

Fiquei em Fraiburgo por 6 meses, retornando para a usina, em São João Batista, onde havia permanecido a minha família no dia 19/04/85 (sexta-feira). Fiquei com a data marcada na memória porque no domingo, dia 21/04/84,falecia o Presidente Tancredo Neves e na 2ª feira, 22/04/85, foi decretado feriado nacional, pela sua morte.

A comercialização do açúcar, que era 100% exportador, estava fracassando e em julho/85 fiz um acordo com a Usati.

Eu tinha 3 opções de emprego em Florianópolis, e optei pela SOTEPA, em virtude de meu passado na empresa.

Nos anos de 1985 e 1986, atuei como engenheiro residente na supervisão da pavimentação, em concreto de cimento portland, da Serra do Rio do Rastro, no sul do estado, e tendo a base em Lauro Müller/SC.

Em 1986 fui deslocado para a cidade de São Bento do Sul, onde atuei como engenheiro residente do trecho Corupá – São bento do Sul, da então SC301. Permaneci lá até 1987, retornando à sede nesta data.

Neste ano a SOTEPA havia iniciado o setor de construção civil. Acredito que, como dentre os engenheiros da SOTEPA, o que possuía alguma experiência nesse ramos era eu, então, fui designado para atuar e dirigir o departamento de Construção Civil.

O primeiro edifício que a SOTEPA construiu foi o Continental Center, na rua Santos Saraiva, no bairro do Estreito. Apenas como comentário, este prédio foi inaugurado em 1989 e até a presente, decorridos 22 anos, ainda não foi repintado pelo condomínio.

Os brises amarelos estão apenas sujos, porém com a pintura intacta. Foi utilizada pintura eletrostática a pó, só existindo, na época, em São Paulo. Nesse ramo de atividade da SOTEPA, atuei por 7 anos, até 1994, quando saí 6 meses da SOTEPA, retornando em março/1994, agora, para a área de estradas.

A partir de 1994 até a presente data atuei no departamento de projetos da empresa, iniciando como integrante do quadro de profissionais engenheiros civis, passando aproximadamente no ano de 1999 para coordenador geral de projetos, e em 2009 promovido a Diretor de Projetos.

 

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